Os pesquisadores da Universidade de São Paulo realizaram uma nova pesquisa com 800 crianças, a fim de observar os riscos do consumo de açúcar para a incidência de cárie. A amamentação é recomendada como único alimento até os 6 meses, podendo ser utilizada de forma complementar até os 2 anos.
Foi observado que o uso complementar do leite materno até os 2 anos ajuda a diminuir o consumo de produtos ultraprocessados e os açúcares, portanto, combatendo a cárie. A maior incidência das cáries ocorre quando a amamentação é combinada com uma dieta recheada de açúcares.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda a introdução de açúcar para crianças antes dos 2 anos. Na pesquisa da USP, com as 800 crianças, a prevalência de cárie foi de 22,8%, ou seja, duas em cada dez. Vistos isoladamente, os números mostram que aquelas amamentadas depois dos 24 meses de vida teriam risco maior do que as que receberam leite materno por 12 meses ou menos. No entanto, a incidência de cárie nos amamentados até os 2 anos diminuiu com o menor consumo de açúcar.
Segundo os pesquisadores, as informações sobre consumo de alimentos foram obtidas por meio de entrevistas, em que as mães ou cuidadoras relataram o que as crianças haviam comido nas 24 horas anteriores. Em diversos tipos de alimentos e bebidas, tais como chás, sucos, leite e mingau, por exemplo, os especialistas registraram ainda a quantidade de açúcar adicionada.
Apenas 2,8% nunca haviam consumido açúcar até os 2 anos. Por sua vez, 66,7% tinham ingerido alimentos com açúcar mais de cinco vezes no dia. Durante o primeiro ano de vida, só 7,6% nunca haviam consumido açúcar. A ocorrência de cárie foi menor quando se levava em conta ainda renda familiar, escolaridade e cor da pele da mãe ou cuidadora. Filhos de mulheres negras, mais pobres e que frequentaram menos tempo a escola formaram o grupo com maior incidência de cárie.
Fonte: Revista Crescer