O racismo estrutural infelizmente existe em nossa sociedade de forma global e atinge pessoas pretas das mais variadas condições sociais. Um estudo publicado no American Journal of Psychiatry relatou em sua pesquisa a mudança física no cérebro de crianças que sofrem racismo nos Estados Unidos.
Por meio de ressonâncias magnéticas, a equipe do Hospital McLean, em Massachusetts, constatou que crianças negras são mais propensas a apresentar estresse tóxico do que crianças brancas. O estresse tóxico pode contribuir para mudanças no volume, tamanho e forma de certas regiões do cérebro que estão ligadas a transtorno de estresse pós-traumático, depressão e ansiedade, de acordo com o estudo.
O estudo deixa claro que os resultados não têm causa genética, e estão relacionados a vulnerabilidades que a criança enfrenta, como conflitos familiares, dificuldades financeiras, violência no bairro etc. Após análise de 9 mil crianças brancas e 9 mil pretas, foi constatado que os pais das crianças brancas que participaram do estudo tinham três vezes mais chances de estarem empregados do que os pais das crianças negras; 75% dos pais brancos tinham um diploma universitário em comparação com 41% dos pais negros; e cerca de 88% dos pais brancos ganhavam 35 mil dólares por ano ou mais, em comparação com cerca de 47% dos pais negros que ganhavam esse valor.
Os pesquisadores irão continuar acompanhando as crianças desse estudo a cada dois anos para medir o quanto o estresse tóxico afeta as crianças a longo prazo.
Fonte: Revista Crescer